Goa-India

Ainda em Puna uma van foi nos buscar para nos levar até o ônibus,tinha vários turistas e na hora de entrar o motorista falou-só para mim- rispidamente:Você! espere aqui! ...todos estavam entrando e eu lá parada...tentei entrar e ele me mandou esperar,perguntei o porquê,ele disse que iria me ajudar,então "mandou"eu sentar no banco da frente desvendando o suspense...lá veio a conversa:você tem marido???Argh!!!!!!Pedi para o pessoal arrumar um lugar para mim no fundo e mudei de lugar...então garotas:não de ouvido ao que eles falam!!!
Na estação pegamos um onibus com cama,conheci uma menina da Macedônia,a Simona,que estava fazendo a dieta do leite..rs...acho que ninguém avisou para ela que o leite da India é muito forte pois em sua maioria não é pasteurizado... que também estava no ashram do Osho e um indiano chamado Fábio... que começou a dar umas dicas e como indiano falou para não confiarmos em indianos,tomar muito cuidado com as nossas águas e nunca aceitar nada...nada mesmo de nenhum indiano....e passado 5 minutos ele me ofereceu uma bala...eu toda feliz corri aceitar e colocar no boca....e veio o sermão:Mas eu não acabei de te dizer para nunca aceitar nada dos indianos!!!!!!
Até tirei a bala da boca...rs...mas por sorte ele é um indiano muito legal e que se tornou muito meu amigo.
O onibus chacoalhava tanto que tive que dormir segurando na barra para não cair pois minha cama era no alto...

Paramos no meio de uma estrada e pegamos um táxi para Calangute,eu queria um hotel mais barato mas o motorista não queria ajudar muito,a menina da Macedônia não queria dividir quarto pois ela queria acordar livremente de madrugada para meditações dinamicas citadas acima sem incomodar ninguém,rs...eu ia me despedir do pessoal e seguir rumo à um lugar que estivesse dentro do meu budget mas o Fábio ligou para a "equipe" dele de motocross que estava hospedada no hotel Tanta Guesthouse e conseguiram um bom desconto para mim....e o hotel era simplesmente de frente para a praia...O fábio me levou de motinha para conhecer os arredores.O Fábio foi ao treino de race dele pois ele correria no dia seguinte e combinamos de jantarmos todos juntos(Simona-da macedonia-,ele,uma amigo dele Badal e eu),e então o mecanico dele bate no meu quarto falando que o Fábio havia sofrido um acidente e estava no hospital...fui correndo para lá,que era um lugar bem precário,avisamos aos pais do Fábio e como ele não queria passar a noite no hospital levei ele para o hotel me responsabilizando em cuidar dele....e nesses acasos e acidentes da vida se criam grandes laços de amizade..Ahhh uma dica...se não a grana estiver muito curte é só fingir uma dor pois a cama no hospital por uma noite custaria apenas 40 rúpias...hahauhauhau....No dia seguinte de manhã os pais do Fábio chegaram à Goa,acompanhei eles ao hospital o Fábio talvez precisaria de cirurgia,fomos almoçar juntos,eles sempre muito gentis querendo que eu experimentasse vários pratos indianos e um tanto desapontados de eu não comer carne...Me levaram para Old Goa,que é uma cidade histórica com várias igrejas,depois fomos numa feira bem movimentada com música ao vivo e então fomos jantar num restaurante a beira de um rio...posso dizer que os pais dele tem mais pique do que eu pois era meia-noite e eles ainda queriam sobremesa depois de ter viajado pela madrugada do dia anterior e ficado o dia inteiro para lá e para cá e eu só queria minha cama..rs
Fomos em um restaurante chamado Amigo,onde os clientes em sua maioria eram portugueses,lugar muito bonito...essa família praticamente "me adotou" enquanto estavamos por lá e fizemos muitos tours gatronomicos.Depois de 4 dias de praia peguei uma carona com essa família até Puna,falando um pouco sobre ela é uma família de classe alta,e eles só falam Ingles entre eles,somente usam o Hindi na hora de negociar ou para falar com os empregados e me disseram que isso funciona de uma modo geral com a classe alta de lá,eles são da religião Zoroastrica,também conhecida como Parse,no caso deles a representação é o fogo,claro que me convidei para conhecer mas me explicaram que não é possivel pois quando os primeiros Parses chegaram na India prometeram que seriam uma colher de açúcar num copo dágua,isso é não derramando,essa foi a explicação que eles que deram,ou seja ela não pode ser disseminada,normalmente eles casam entre eles,na India são reconhecidos por sua contribuições a educação,economia e caridade.
Durante nosso trajeto até Puna paramos numa feira bem tradicional,sem turistas e pude experimentar algumas culinárias das barraquinhas,não me arriscaria a comer sozinha mas seria indelicado...paramos num restaurante na beira da estrada e pela primeira vez comi com a mão,mas na verdade voce come usando o pão(chapatiou nam-um pouco mais espesso) para pegar a comida,no meu caso eu sempre pedia lentilha,grão de bico,feijão...e depois que vc come eles trazem um potinho de água quente e limão que é utilizado como anti-séptico...isso nos restaurantes.
O Fábio disse que assim que chegassemos em Puna eu iria experimentar o sanduiche de chocolate mais gostoso do mundo,o que nada mais era do que pão pullman com recheio de chocolate vendido numa barraquinha na rua que estava lotadaaa!!!
Fomos para a casa da família do Fábio onde me deparei com um mundo completamente diferente do que eu esperava em minha viagem pela India,no momento em que chegamos duas "criadas"viaeram buscar nossas malas,depois prepararam meu banho...fomos numa restaurante de uma amiga di fábio jantar com seus amigos que já viajaram e estudaram em diversas partes do mundo,uma realidade totalmente diferente da maioria da população,se bem que para a família do Fabio me receber em sua casa tendo um filho homem já se trata de uma familia moderna e fora dos padrões e o Fabio me tratou com todo o respeito por sua educação e ingenuidade talvez,é claro que não saiu fora do cliche indiano de falar de casamento,falou que se eu casasse com ele seria tratada como uma princesa e que eu teria minhas "ajudantes" até para escovar meus cabelos o que se confirmou verdade quando cheguei ao escritório de sua familia no dia seguinte e vi a os cabelos de sua mãe sendo escovados por uma indiana muito bonita.
Me despedi da minha família temporária cheia de recomendações,que me disseram para tomar muito cuidado,não confiar na bondade indiana,tomar cuidado com o que eu como...etc.O motorista me levou até Mumbai,um lugar que espero não voltar mais,e assim peguei um trem rumo ao Rajastão.O Fabio era muito mimado e ele me irritava muito certas horas mas a hora que entrei no trem meus olhos se encheram de lágrimas...essa dualidade de adorar partir para lugares novos e odiar se despedir é intrigante...cansativo...e emocionante,rs